sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SE FOR ENCHENTE QUE SEJA DE SOLIDARIEDADE

SE FOR ENCHENTE QUE SEJA DE SOLIDARIEDADE
(Autor: Antonio Brás Constante)

Alguns milagres acontecem mesmo para pessoas que acham que não crêem em nada (como no meu caso), foi o que aconteceu há alguns dias atrás, quando fui assistir a uma apresentação natalina no colégio São João. O evento estava maravilhoso, com músicas que pareciam estar sendo entoadas por anjos (tinha até belas jovens vestidas como anjos). Havia crianças com fantasias de animaizinhos do bosque encantado e um fantástico show de luzes promovido pela Alternative Produções do meu amigo Geovane Lui. Mas o milagre mesmo foi à cadeira de plástico ter agüentado bravamente meu peso (não estou falando de qualquer peso, pois são cento e dez quilos muito bem distribuídos em torno do meu umbigo).

Mas é realmente difícil comemorar o natal ou mesmo fazer graça, quando milhares de pessoas sofrem desamparadas, estigmatizadas pela água que marcou como ferro em brasa suas vidas. Como esta tragédia em Santa Catarina. Primeiro veio à chuva, impassível, continua, fragmentada em gotas pequenas e numerosas, que foram batendo no solo, nos carros, nas casas, encharcando tudo o que tocavam.

Depois as águas invadiram cidades, inundaram estradas, abriram a terra, em monstruosa calamidade. Parecia um exercito agressivo, destrutivo, atacando em avalanche. Arrastando vidas para morte. Os morros cederam e se tornaram arautos da desgraça. Não pouparam ruas, prédios ou praças. Famílias foram destroçadas. Pais perderam filhos e filhos perderam seus pais, tudo isso e muito mais. O que era lugar seguro, fonte de felicidade, virou do avesso, enterrando com indiferente crueldade quem morava e se abrigava em suas paragens. A partir de então afloraram as lágrimas, deslizando através de faces cansadas e sofridas, molhando novamente a terra. Muito se chorou por tudo aquilo que chocou. Espíritos atingidos, tingidos de dor.

Foi então que uma nova leva de água surgiu, não de chuvas ou de prantos, mas do suor voluntário que aos poucos foi surgindo de todas as partes, dentro e fora do Brasil. Estes anônimos indivíduos nem sempre bem suados, mas com certeza abençoados, continuam neste momento auxiliando, amparando, enviando suprimentos, brotando em mil recantos, nesta guerra contra a força dos elementos. Gente simples, estendendo os braços em apoio a tantas almas feridas, dilaceradas por essa fatalidade ocorrida.

Em meio à desolação, novamente a esperança vai ressurgindo como pequenas gotas, agora configuradas por boas ações, que tentam reacender a chama em despedaçados corações. Uns fazem depósitos, outros mandam mantimentos. Outros ainda largaram suas famílias para utilizar seu tempo em prol daqueles que precisam. Cada um se doando um pouco, e assim fazendo muito. Gestos assim são capazes de mudar o mundo.

Enfim, para que um milagre aconteça, não precisamos testar as leis da gravidade em uma frágil cadeira de plástico. Basta exercitarmos algo de valor inestimável (ainda que gratuito), praticando ações que brilham como o sol em qualquer idade, chamadas de SOLIDARIEDADE.

E-mail: abrasc@terra.com.br

Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc

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